Sobre o Caminho Certo
Estagnar perturbará o bom funcionamento deste nosso aparelho para pensar pensamentos e tomar decisões; para sentir emoções e sensações; e para investir em relações saudáveis. E a este instrumento, que nos permite construir felicidade, se o usarmos correctamente e o respeitarmos, damos o nome de cérebro.
Por isso, vá-se melhor ou pior, o importante é ir (...)
Acabei de ler duas frases, citações em textos de psicologia humanista, que associei, livremente, ao desenvolvimento do cérebro.
Eis a primeira, de Zig Ziglar:
O que obtens quando atinges os teus objectivos não é tão importante quanto aquilo em que te tornas quando os atinges.
Ou seja, é mais importante o que se constrói, ao longo do percurso, do que o alcance da meta, em si.
Claro que ganhar sabe bem, pois sente-se alegria; mas construir as condições para esse alcance promoverá, por exemplo, melhores capacidades de tolerância à frustração, de argumentação e de saber-fazer.
É o percurso que nos torna mestres e não o pódio, apesar do apetecível prémio e do desejado reconhecimento.
Pareceu-me, há pouco, que esta frase representa, para além da transformação da personalidade, o próprio desenvolvimento cerebral que decorre deste trabalho, cá fora, com os outros, e que resulta em novas redes neuronais, por dentro, ao encetarem-se novas actividades para concluir o trajecto.
Por isso, parece-me que não há caminhos certos ou errados. Há caminhos a percorrer que, invariavelmente, nos transformam (e o resto são moralismos!).
Estagnar perturbará o bom funcionamento deste nosso aparelho para pensar pensamentos e tomar decisões; para sentir emoções e sensações; e para investir em relações saudáveis. E a este instrumento, que nos permite construir felicidade, se o usarmos correctamente e o respeitarmos, damos o nome de cérebro.
Por isso, vá-se melhor ou pior, o importante é ir, experimentando formas de ser, de estar e de conhecer, ao longo da jornada!
Torna-se natural, se houver uma verdadeira vivência, que os planos sejam alterados durante a viagem.
Já se experimentou, percebendo-se o custo daquele investimento e a ponderação pode alterar-se a favor de outro projecto (seja profissional, relacional ou de outras áreas da vida).
Há que saber terminar com o que já não nos faz sentido; há que saber aguentar as vozes que se levantam contra a mudança, que se tornou necessária, num percurso de vida que é legitimamente único e da responsabilidade do próprio.
Termino com a segunda frase, de Lewis Carroll, na sua obra "Alice no País das Maravilhas", que encerra a mesma ideia:
- Gato: Para onde vais?
- Alice: Que caminho devo seguir?
- Gato: Isso depende de para onde vais...
- Alice: Não sei para onde vou.
- Gato: Então não importa que caminho escolhes.